Tarifa Americana de 50% Coloca em Xeque Exportações de Pernambuco e Ameça Cadeias Produtivas do Estado
- Angelo Mota
- 29 de jul.
- 2 min de leitura

A imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump e válida a partir de 1º de agosto de 2025, coloca em risco as exportações de Pernambuco, afetando diretamente setores cruciais do estado. Embora Pernambuco não figure entre os maiores exportadores para os EUA, cadeias produtivas como fruticultura, açúcar e operações portuárias podem sofrer impactos significativos, com possíveis perdas econômicas, desemprego e abalo na confiança do mercado externo.
Efeitos em Pernambuco
Setor Sucroalcooleiro:
O açúcar lidera as exportações pernambucanas para os EUA, com cerca de US$ 64 milhões em 2024, representando 20% do volume do Porto do Recife. Projeções indicam perdas de até US$ 200 milhões na próxima safra no Nordeste, com 30% desse impacto concentrado em Pernambuco.
Fruticultura:
A manga, principal fruta exportada in natura para os EUA, enfrenta riscos devido à coincidência da tarifa com a janela de exportação (agosto a outubro). No Vale do São Francisco, onde insumos já foram adquiridos, a inviabilidade de exportação pode gerar prejuízos de até US$ 48 milhões.
A uva fresca, com safra iniciando em setembro, também será afetada, comprometendo a receita de produtores.
Indústria e Logística Portuária:
A indústria automotiva, responsável por 27% das exportações do estado para os EUA, e produtos como torres e pórticos de aço estão sob ameaça.
Os portos de Suape e do Recife, que movimentam açúcar, malte, cevada e aço, enfrentam incertezas, mesmo com recentes investimentos (R$ 70 milhões da Liquiporte e R$ 100 milhões da Fertine).
Impactos Sociais e Econômicos:
Segundo a FIEPE, cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos podem ser afetados, considerando os impactos em cadeia.
Pequenos fruticultores do Vale do São Francisco enfrentam dificuldades para realocar produtos perecíveis, o que pode saturar o mercado interno e reduzir preços.
Motivação da Tarifa
A medida, apelidada de "tarifaço", foi justificada por Trump como resposta a supostas barreiras comerciais do Brasil e a questões políticas internas, incluindo alegações de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Contudo, o superávit comercial americano com o Brasil (US$ 88,61 bilhões desde 2009) contradiz a narrativa de desequilíbrio. A tarifa também reflete tensões geopolíticas, com motivações que vão além da economia.
Estratégias de Mitigação
Novos Mercados: O Porto do Recife planeja ações, como roadshows, para atrair parceiros na Europa, Ásia e África, buscando diversificar destinos.
Diplomacia: O governo brasileiro negocia um adiamento de 90 dias da tarifa, com uma missão do Senado em Washington para dialogar com o setor produtivo americano.
Apoio Governamental: O programa Acredita Exportação, sancionado por Lula, oferece devolução de 3% dos tributos para









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