30/10/2025- Comando Vermelho Tenta Avançar em Pernambuco, Mas Encontra Muro de Resistência

Após a operação "Contenção" no Rio de Janeiro – a mais sangrenta da história do estado, com mais de 130 mortos em 28 de outubro de 2025 –, o Comando Vermelho (CV) continua sob os holofotes. A ação policial visou conter a expansão da facção nos complexos do Alemão e da Penha, mas o grupo já se espalhou por 23 estados brasileiros. Em Pernambuco, porém, o CV patina: suas tentativas de se instalar são frágeis e enfrentam rejeição local.

A Máquina de Expansão do CV

Nascido nos anos 70 em presídios cariocas, o CV evoluiu de uma aliança entre presos políticos e comuns para uma rede de tráfico que opera como franquia. Líderes transferidos para cadeias federais acabam exportando o modelo, e o grupo ganhou terreno em três novos estados só em 2024: Amapá, Espírito Santo e Pernambuco. No Rio, domina 89 comunidades em 23 km², mas a recente ofensiva apreendeu 93 fuzis e prendeu 113 pessoas – incluindo três de Pernambuco, 18 da Bahia e quatro do Pará, mostrando o vaivém de criminosos entre unidades da federação.

O Que Acontece em Pernambuco?

Aqui, o CV marca presença com pichações esporádicas e membros isolados, mas não consegue território. Há uma semana, a PF prendeu no Grande Recife um chefe que atuava no Pará. O secretário de Defesa Social, Roberto Leonardo, diz que o estado age rápido: apaga marcas da facção e lança operações preventivas. Diferente do Ceará ou da Bahia, onde o CV firmou parcerias, Pernambuco mantém o grupo na superfície.

Por Que o CV Não Cola Aqui?

O sociólogo Ignacio Cano (UFF) observa que o CV precisa de vácuo de poder para crescer. Em Pernambuco, esse espaço é pequeno.

O Que Vem Pela Frente

A megaoperação carioca expôs a força bélica do CV – drones com explosivos, fuzis em série –, mas também sua dificuldade em abrir novas frentes. Críticos como a ONU alertam que confrontos letais podem alimentar o ciclo de violência sem atacar causas estruturais.