28/09/2025- Principais Projetos Paisagísticos de Roberto Burle Marx
- Angelo Mota
- 28 de set.
- 3 min de leitura

Roberto Burle Marx (1909-1994), renomado paisagista brasileiro, revolucionou o paisagismo tropical com mais de 2.000 projetos, destacando-se pelo uso de plantas nativas, formas orgânicas e integração com a arquitetura modernista. Sua obra abrange desde jardins residenciais até grandes parques públicos, influenciando o urbanismo no Brasil e no exterior. Um exemplo emblemático é o jardim do antigo "Prédio da Celpe" (hoje Neoenergia, Recife, PE), projetado em 1972, que combina espelhos d’água e vegetação tropical com a arquitetura de Vital de Pessoa de Melo e Reginaldo Esteves, valorizando o concreto e a flora local.
A seguir, apresento uma seleção de projetos icônicos de Burle Marx, organizados por região, com descrições reformuladas para destacar sua contribuição única ao paisagismo.
Pernambuco e Nordeste
No Recife, onde foi diretor de Parques e Jardins (1934-1937), Burle Marx criou os primeiros jardins públicos com foco na ecologia tropical. Em 2015, 15 praças locais foram reconhecidas como "Jardins Históricos" pelo IPHAN.
Praça de Casa Forte (Recife, 1934)Primeiro projeto público de Burle Marx, no Recife, com inspiração na biodiversidade amazônica e da Mata Atlântica. Destacam-se espécies como a vitória-régia, integradas em um desenho inovador para a época. Tombado em 2015.
Cactário da Madalena (Praça Euclides da Cunha, Recife, 1934-1937)Jardim ousado que valoriza cactos e vegetação da caatinga, desafiando os padrões estéticos urbanos do período com a rusticidade do sertão nordestino.
Praça do Derby (Recife, 1935)Espaço urbano com traços sinuosos e plantas regionais, projetado para integrar a natureza à vida cotidiana da cidade.
Parque Sólon de Lucena (João Pessoa, PB, 1940)Projeto com lagos e vegetação nordestina, antecipando o uso de elementos ecológicos em praças públicas da região.
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro foi o principal palco de Burle Marx, onde colaborou com arquitetos como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. Seu sítio em Guaratiba é um marco global do paisagismo.
Jardins do Edifício Gustavo Capanema (Rio, 1938)Localizado no Centro, esse jardim modernista combina formas orgânicas com plantas tropicais, harmonizando-se com a arquitetura de Niemeyer e Le Corbusier.
Jardins do MAM-RJ (Rio, 1954)Projeto com blocos de cores vegetais e traços geométricos, criando uma "pintura viva" que reflete a estética modernista do museu.
Parque do Flamengo (Aterro do Flamengo, Rio, 1959-1965)Obra monumental de 1,2 milhão de m², com espécies como jasmim-manga e árvores nativas, plantadas pelo próprio Burle Marx, integrando cidade e natureza.
Calçadão de Copacabana (Rio, 1970)Famoso mosaico de ondas em preto e branco, com 4 km de extensão, complementado por vegetação costeira, como uma tela abstrata vista do alto.
Sítio Roberto Burle Marx (Guaratiba, RJ, 1949-1985)Seu laboratório pessoal, com mais de 3.500 espécies tropicais, como filodendros. Doado ao governo, é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2021.
São Paulo e Sul
Em São Paulo, Burle Marx trouxe inovações urbanas, muitas vezes em parceria com arquitetos modernistas.
Parque Ibirapuera (São Paulo, 1954)Jardins que complementam a arquitetura de Niemeyer, com lagos e vegetação da Mata Atlântica, promovendo a preservação ambiental.
Vale do Anhangabaú (São Paulo, 1960s)Proposta para revitalizar o centro com espelhos d’água e plantas nativas, parcialmente implementada, mas influente em projetos urbanos posteriores.
Parque Trianon (São Paulo, 1960s, proposta)Plano para preservar o bosque nativo da Paulista, com mosaicos, playground e espelho d’água que dialoga com o MASP.
Brasília e Centro-Oeste
Em Brasília, Burle Marx integrou a flora brasileira ao projeto modernista de Lúcio Costa e Niemeyer.
Eixo Monumental (Brasília, 1958)Paisagismo que une diferentes biomas brasileiros, criando uma identidade verde para a nova capital.
Jardins do Palácio do Itamaraty (Brasília, 1960-1970)Espaços diplomáticos com vegetação tropical e traços orgânicos, reforçando a conexão entre arquitetura e natureza.









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