20/09/2025- Hipertensão Arterial: Entenda as Novas Diretrizes de 2025
- Angelo Mota
- 20 de set.
- 3 min de leitura
Em 18 de setembro de 2025, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), junto à Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e à Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), lançou a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025. As atualizações, alinhadas com padrões internacionais como os da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) de 2024, trazem mudanças no diagnóstico e tratamento da pressão alta, com foco em prevenção e controle mais rigoroso. Confira abaixo as respostas às dúvidas mais comuns.
1. Como ficou a nova classificação da pressão arterial?
A faixa de 120/80 mmHg a 139/89 mmHg, antes vista como normal ou borderline, agora é chamada de pré-hipertensão. Esse intervalo indica maior probabilidade de desenvolver hipertensão no futuro. A hipertensão arterial é confirmada com valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg, enquanto a pressão ideal permanece abaixo de 120/80 mmHg. A nova classificação busca promover ações preventivas desde cedo.
2. Minha pressão está em 12 por 8: é preocupante? Devo tomar medicamentos?
Uma pressão de 120/80 mmHg indica pré-hipertensão, que não é considerada hipertensão, mas sugere risco cardiovascular aumentado. A abordagem inicial envolve mudanças no estilo de vida, como:
Reduzir o consumo de sal a menos de 5g por dia.
Praticar atividades físicas regulares (150 minutos semanais de exercícios moderados).
Manter o peso adequado.
Controlar o estresse.
Medicamentos só são indicados em casos com outros riscos, como diabetes ou histórico familiar de doenças cardíacas. Consulte um médico para avaliação individual.
3. Qual é a nova meta para quem tem hipertensão?
A diretriz estabelece que a pressão deve ser mantida abaixo de 130/80 mmHg para todos os pacientes, independentemente de idade ou condições associadas. Antes, o limite era 140/90 mmHg. Essa meta mais rígida pode reduzir em até 20-30% o risco de complicações como AVC, infarto e danos renais, conforme estudos recentes.
4. Qual a forma correta de medir a pressão arterial?
Medições apenas no consultório podem ser imprecisas devido à ansiedade (“hipertensão do avental branco”). A recomendação é combinar com:
MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), que registra a pressão por 24 horas.
MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial), feita em casa com aparelho validado.
Para medições domiciliares, valores acima de 130/80 mmHg já indicam hipertensão. Meça em ambiente calmo, sentado, após 5 minutos de repouso, com manguito adequado.
5. Há regras específicas para idosos, gestantes ou diabéticos?
Idosos: A meta de <130/80 mmHg se aplica, mas ajustes podem ser feitos para evitar quedas bruscas de pressão, que causam tonturas.
Gestantes: Há protocolos específicos para hipertensão na gravidez, com cuidados para proteger mãe e bebê.
Diabéticos ou pacientes com doenças renais/cardíacas: A meta é a mesma, com preferência por medicamentos que protejam rins e coração, como inibidores da ECA.
6. O SUS oferece tratamento para hipertensão?
Sim, o Sistema Único de Saúde (SUS) cobre consultas, exames e medicamentos (como losartana e hidroclorotiazida) pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). Procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para iniciar o acompanhamento. A diretriz reforça a importância da atenção primária no controle da hipertensão.
7. Quais são os fatores de risco e como prevenir?
A hipertensão afeta cerca de 1 em cada 3 brasileiros e é a principal causa de infartos e AVCs. Fatores de risco incluem obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de sal, tabagismo e estresse. Para prevenir:
Limite o sal a 5g/dia.
Exercite-se regularmente.
Monitore a pressão anualmente (ou com maior frequência se estiver em pré-hipertensão).
Evite álcool e abandone o cigarro.
8. Por que essas mudanças foram feitas?
As atualizações se baseiam em estudos globais, como os apresentados no Congresso Europeu de Cardiologia de 2024, que mostram que metas mais rigorosas reduzem complicações em até 25%. No Brasil, as diretrizes foram adaptadas para o contexto do SUS, com foco em prevenção acessível e redução da prevalência da hipertensão.
Dica final: Se sua pressão está alterada, procure um médico para orientações personalizadas. Acesse o site da SBC para mais informações ou consulte a diretriz completa. Cuide da sua saúde!










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