17/08/2025- Pesquisadores Brasileiros Revelam Nova Espécie de Peixe Pré-Histórico
- Angelo Mota
- 17 de ago.
- 2 min de leitura
Uma equipe de cientistas brasileiros, em parceria com pesquisadores de diversos países, descobriu uma nova espécie de celacanto fóssil, com cerca de 380 milhões de anos, na Austrália Ocidental. O estudo, divulgado na revista Nature Communications, contou com a liderança de especialistas da Universidade de São Paulo (USP) e do Smithsonian Institution, nos EUA, entre outros centros de pesquisa. A descoberta oferece novas perspectivas sobre a evolução dos celacantos, conhecidos como "fósseis vivos", e desafia antigas concepções sobre seu desenvolvimento evolutivo.
Sobre a Descoberta
A espécie recém-identificada, chamada Ngamugawi wirngarri, foi encontrada na Formação Gogo, um local fossilífero conhecido pela preservação excepcional de restos de peixes. O termo Ngamugawi significa "peixe ancestral" na língua Gooniyandi, falada pelos povos indígenas da região de Kimberley, enquanto wirngarri presta homenagem a um importante ancestral local. O fóssil, datado do período Devoniano, é um marco para entender a evolução dos vertebrados.
Características do Ngamugawi wirngarri
Preservação Excepcional: Os fósseis da Formação Gogo se destacam por sua conservação em três dimensões, preservando tecidos moles, como músculos e coração, o que permite estudos aprofundados.
História Evolutiva: A análise indica que os celacantos passaram por uma rápida evolução durante o Devoniano, mas esse ritmo diminuiu após o Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos. Apesar da aparência de "fóssil vivo", com poucas alterações no corpo, os ossos cranianos continuaram a evoluir, contestando a ideia de estagnação evolutiva.
Fatores Ambientais: Movimentos tectônicos de placas foram apontados como influenciadores na formação de novas espécies de celacantos, ao alterar ou isolar habitats.
Contexto e Importância
Os celacantos pertencem ao grupo dos sarcopterígios, que engloba peixes pulmonados e tetrapodes, como mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Por muito tempo, acreditava-se que estavam extintos há 66 milhões de anos, até a descoberta da espécie viva Latimeria chalumnae em 1938, na África do Sul. Atualmente, apenas duas espécies vivas são conhecidas: Latimeria chalumnae (África) e Latimeria menadoensis (Indonésia), ambas em risco de extinção.
O estudo do Ngamugawi wirngarri revela uma evolução mais dinâmica do que se imaginava, com avanços significativos em certos períodos. A descoberta também sublinha a relevância de sítios fósseis como Gogo, que fornecem informações cruciais sobre a história dos vertebrados.
Relevância Científica
Fruto de uma colaboração internacional envolvendo Brasil, Austrália, Canadá, Alemanha, Reino Unido e Tailândia, a descoberta destaca a importância da ciência brasileira na paleontologia mundial. O estudo também corrige equívocos, como a ideia de que celacantos possuíam músculos para sucção de alimentos, agora identificados como ligamentos, conforme apontam pesquisas recentes da USP e do Smithsonian.
A identificação do Ngamugawi wirngarri enriquece o conhecimento sobre a evolução dos peixes e reforça a importância de proteger sítios fósseis e as espécies de celacantos ainda existentes, que enfrentam ameaças. Para saber mais sobre essa descoberta e outras novidades científicas, acompanhe nosso portal!










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