10/08/2025- Silvio Costa Filho Alerta sobre Impactos da Taxação dos EUA em Empregos Brasileiros
- Angelo Mota
- 10 de ago.
- 3 min de leitura
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, manifestou preocupação com os efeitos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump. Durante o seminário Esfera Infra, realizado em 9 de agosto de 2025, no Recife Expo Center, Pernambuco, o ministro alertou que a medida pode ameaçar milhares de empregos no Brasil. “O emprego é uma prioridade, independentemente de ideologias. Essa taxação impacta diretamente nossa economia e o sustento de muitas famílias”, declarou.
Efeitos Econômicos e Setores Prejudicados
Implementada em 6 de agosto de 2025, a tarifa afeta aproximadamente 36% das exportações brasileiras para os EUA, equivalente a 4% do total exportado pelo país, conforme dados do Ministério da Fazenda. Setores como aviação, petróleo, aço e ferro estão entre os mais atingidos. A Embraer, por exemplo, pode enfrentar um custo adicional de até US$ 9 milhões por aeronave exportada, comprometendo sua competitividade no mercado americano, que absorve 60% de suas exportações de aviões.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) estima que, no longo prazo, a taxação pode reduzir o PIB brasileiro em até R$ 110 bilhões, com a perda de até 1,9 milhão de empregos. Produtos como café, carne, suco de laranja e itens industrializados, como aço e alumínio, também sofrem impactos, com risco de aumento de preços no mercado global e pressões inflacionárias no Brasil.
Ações do Governo Brasileiro
Silvio Costa Filho integra o Comitê Interministerial criado para enfrentar os efeitos da medida. Em 15 de julho de 2025, ele participou de reuniões com representantes do agronegócio, indústria e aviação, coordenadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. O ministro defendeu estratégias de longo prazo para diversificar mercados e fortalecer a economia. “Estamos trabalhando desde 2023 para ampliar parcerias comerciais e confiamos no diálogo com os EUA para buscar soluções”, afirmou.
O Brasil acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) em 6 de agosto de 2025, solicitando consultas sobre a tarifa, e busca alinhamento com nações como China e Índia para uma resposta conjunta. Apesar de cerca de 700 produtos, como aviões, minério de ferro e suco de laranja, terem sido isentos, os desafios persistem.
Contexto Político
A tarifa, baseada na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA, é vista como uma retaliação política, associada a alegações de violações de direitos humanos e à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dados oficiais mostram que, desde 2009, o Brasil mantém déficit comercial com os EUA, contrariando justificativas de Trump. Especialistas alertam que uma retaliação brasileira, como tarifas recíprocas, poderia agravar o cenário, com tarifas americanas subindo para até 100%, o que poderia custar até 6% do PIB e 5 milhões de empregos em uma década.
Perspectivas e Estratégias
Costa Filho destacou a importância de alinhar esforços com o Congresso Nacional, mencionando diálogos com líderes como Hugo Motta e Davi Alcolumbre para garantir suporte legislativo. Ele reforçou a necessidade de proteger setores estratégicos, como a aviação, e de explorar novos mercados para reduzir a dependência dos EUA. “É essencial uma resposta diplomática sólida, promovendo o multilateralismo e a competitividade brasileira no cenário internacional”, disse.










Comentários