05/08/2025- Planalto Preocupado com Tensões no Congresso após Prisão Domiciliar de Bolsonaro
- Angelo Mota
- 5 de ago.
- 2 min de leitura

O governo federal expressa receio de que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), datada de 4 de agosto de 2025, que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, possa intensificar conflitos no Congresso Nacional. A medida, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi justificada pelo descumprimento de restrições judiciais, incluindo a utilização de redes sociais por intermédio de terceiros, como os filhos de Bolsonaro, para divulgar mensagens. O Palácio do Planalto teme que a situação complique a articulação política, especialmente com o retorno das atividades legislativas, dificultando a aprovação de projetos prioritários do governo Lula.
A prisão domiciliar de Bolsonaro, investigado por supostamente liderar uma tentativa de golpe após as eleições de 2022, elevou a polarização política no país. O Executivo avalia que a decisão pode galvanizar parlamentares bolsonaristas, fortalecendo uma postura de confronto contra o STF e o governo. Líderes da oposição, como o senador Flávio Bolsonaro, classificaram a medida como “perseguição política” e acusaram o Supremo de promover uma “ditadura judicial”, o que pode travar negociações no Congresso.
A repercussão internacional também preocupa o Planalto. O governo dos Estados Unidos criticou a decisão, com o Departamento de Estado acusando Moraes de usar o Judiciário para “suprimir vozes opositoras”. A imposição de tarifas comerciais de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump, aliado de Bolsonaro, foi associada ao caso, aumentando a pressão externa. Parlamentares alinhados ao ex-presidente, como Eduardo Bolsonaro, intensificaram críticas ao STF e sugeriram medidas retaliatórias, como obstrução de pautas no Congresso caso projetos de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro não sejam priorizados.
Apesar das tensões, o governo enxerga na decisão judicial uma chance de reforçar a imagem do Brasil como defensor da democracia. A prisão de Bolsonaro é vista como um passo para responsabilizar ações que ameaçaram as instituições, incluindo denúncias de um plano para atentar contra o presidente Lula e o ministro Moraes. Contudo, a polarização no Congresso e as pressões internacionais podem dificultar a governabilidade, impactando a aprovação de propostas legislativas essenciais.









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