02/09/2025- China Articula Nova Ordem Global em Cooperação com Rússia e Índia
- Angelo Mota
- há 3 dias
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O governo da China, sob a liderança do presidente Xi Jinping, tem defendido a criação de uma "nova ordem global" centrada em um modelo multipolar, com forte parceria estratégica entre China, Rússia e Índia. A proposta, destacada em eventos como a cúpula do BRICS, busca desafiar a hegemonia ocidental, liderada pelos Estados Unidos, e promover uma governança global que valorize a soberania dos países, o crescimento econômico conjunto e a redução das desigualdades internacionais.
Contexto da Iniciativa
A China argumenta que instituições globais, como ONU, FMI e Banco Mundial, refletem uma estrutura de poder ultrapassada, dominada pelo Ocidente desde o pós-guerra. A proposta ganhou destaque em meio a tensões como o conflito na Ucrânia e sanções contra a Rússia, reforçando a necessidade de um sistema alternativo. A colaboração com a Rússia, liderada por Vladimir Putin, e a Índia, sob Narendra Modi, visa fortalecer o BRICS como contraponto ao G7, ampliando sua relevância em comércio, segurança e inovação tecnológica.
Objetivos do BRICS
O bloco, que também inclui Brasil e África do Sul, foca em iniciativas como:
Redução da dependência do dólar: Estímulo ao uso de moedas nacionais no comércio entre membros.
Novas instituições financeiras: Expansão do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e alternativas ao sistema SWIFT.
Parcerias tecnológicas: Investimentos conjuntos em áreas como inteligência artificial e redes 5G, liderados por China e Índia.
Segurança compartilhada: Discussão de um mecanismo de defesa coletiva, com a Rússia à frente das estratégias militares.
Posicionamentos de Rússia e Índia
Rússia: Alinhada à visão chinesa, busca na nova ordem uma forma de resistir às sanções ocidentais e ampliar sua influência na Ásia e na Europa Oriental. Putin destaca a importância de um mundo "multicêntrico" para proteger os interesses russos.
Índia: Adota uma abordagem mais equilibrada, mantendo laços com o BRICS enquanto preserva relações com o Ocidente, especialmente via QUAD (com EUA, Japão e Austrália). Modi defende uma governança global "colaborativa", evitando conflitos diretos com potências ocidentais.
Reações e Controvérsias
A iniciativa chinesa gera respostas diversas:
Apoio: Nações do Sul Global, incluindo países da África e América Latina, enxergam a proposta como uma chance de maior voz em organismos internacionais.
Críticas: Estados Unidos e União Europeia temem que a nova ordem fragmente a governança global e promova valores menos democráticos, considerando o perfil político de China e Rússia.
Possíveis Impactos
Econômicos: O fortalecimento do BRICS pode impulsionar a integração econômica, já que o bloco representa cerca de 40% da população mundial e um quarto do PIB global.
Geopolíticos: A iniciativa pode intensificar a competição entre o Ocidente e o eixo China-Rússia-Índia, redefinindo alianças globais.
No Brasil: O governo Lula busca um papel ativo no BRICS, mas enfrenta pressões internas para manter equilíbrio com os EUA.
Próximos Passos
Cúpula do BRICS 2025: Agendada para outubro em Kazan, Rússia, a reunião deve trazer avanços concretos para a proposta.
Reação do Ocidente: EUA e UE podem responder com medidas para reforçar sua influência, como novas parcerias econômicas ou sanções.
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