Nordeste pode se destacar na exportação de hidrogênio verde para a Europa até 2030
- Angelo Mota
- 8 de jun.
- 2 min de leitura
O Nordeste brasileiro está bem posicionado para liderar as exportações globais de hidrogênio verde (H2V) para a Europa até 2030, conforme aponta um estudo recente da Aurora Energy Research, realizado a pedido do governo holandês. A região pode estabelecer um corredor estratégico de exportação, conectando portos como Pecém (CE), Suape (PE) e Luís Correia (PI) ao Porto de Roterdã, um dos maiores centros de distribuição de energia da Europa.
Por que o Nordeste se destaca?A produção de hidrogênio verde, obtido por eletrólise da água com energia renovável, encontra no Nordeste condições ideais:
Abundância de energia solar e eólica, que permite geração de energia limpa a custos reduzidos.
Matriz energética brasileira, majoritariamente renovável (mais de 90%), atende aos padrões de baixa emissão exigidos pela legislação europeia (RED II).
Proximidade com a Europa, que reduz custos logísticos e o tempo de transporte marítimo.
Investimentos e projeções
Projeções indicam que Ceará e Piauí podem exportar até 1,3 milhão de toneladas de H2V anualmente até 2030, superando a demanda prevista para o corredor Brasil-Holanda em mais de 150%. Com investimentos que ultrapassam R$ 300 bilhões, empresas como Fortescue, Casa dos Ventos e Solatio lideram projetos na região. Um destaque é a usina de 10 GW no Piauí, apoiada por € 2 bilhões da União Europeia, com operação prevista para 2026. Portos como Pecém e Suape estão sendo preparados para exportar derivados como amônia verde.
Demanda na Europa
A União Europeia planeja importar 10 milhões de toneladas de hidrogênio verde até 2030 para descarbonizar setores como indústria pesada, transporte e produção de fertilizantes, alinhada ao Pacto Verde Europeu. O Brasil, com custos estimados em US$ 1,45/kg até 2030, é um parceiro estratégico para suprir essa demanda.
Desafios a superar
Para consolidar sua liderança, o Nordeste precisa enfrentar barreiras como:
Expansão da infraestrutura portuária para suportar grandes volumes de exportação.
Alinhamento de regulamentações estaduais e federais, com fortalecimento do marco regulatório aprovado em 2024.
Treinamento de profissionais para atuar com tecnologias de H2V e certificação de carbono.
Benefícios para a regiãoAlém de exportar, o hidrogênio verde pode impulsionar a economia do Nordeste, atraindo indústrias de baixo carbono, como siderurgia e fertilizantes, e gerando empregos. O Consórcio Nordeste reforça a importância de usar o H2V para promover desenvolvimento sustentável e equidade social, indo além da exportação de matéria-prima.
Com condições naturais favoráveis, aportes financeiros significativos e parcerias globais, o Nordeste tem o potencial de se tornar um protagonista no mercado de hidrogênio verde, desde que supere os desafios regulatórios e logísticos.










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