Gravidez na Infância e Adolescência: Nordeste Registra 14,4% dos Casos no Brasil

De acordo com o levantamento, o Nordeste fica atrás apenas do Norte, que tem 19,4% dos casos (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A gravidez na infância e adolescência segue como um desafio de saúde pública no Brasil, com dados recentes apontando uma concentração significativa no Nordeste. Segundo o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam 2025), divulgado em 25 de março de 2025 pelo Ministério das Mulheres, a região responde por 14,4% dos casos de gravidez entre adolescentes no país, ficando atrás apenas do Norte, que registra 19,4%.

Esse cenário reflete desigualdades regionais e está ligado a fatores como vulnerabilidade social, acesso restrito à educação sexual e serviços de saúde, além de situações de violência, como abusos sexuais. Considerada de alto risco, a gravidez precoce aumenta as chances de complicações, como partos prematuros e bebês com baixo peso, impactando a saúde de mães e filhos. Fora isso, muitas jovens abandonam os estudos e enfrentam barreiras para entrar no mercado de trabalho, o que perpetua a pobreza.

Apesar de uma queda nacional de 50,2% nos nascimentos de mães com até 14 anos entre 2013 e 2023, os números ainda preocupam, sobretudo no Norte e Nordeste. No Nordeste, a situação é agravada por condições socioeconômicas e pela insuficiência de políticas públicas amplas. Iniciativas como a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, criada em 2019, buscam conscientizar, mas especialistas defendem ações mais integradas, unindo saúde, educação e proteção social, para reduzir os casos e oferecer melhores perspectivas às jovens.