16/10/2025- Caso de Abuso Sexual em Posto Policial no Cabo de Santo Agostinho

Na noite de 15 de outubro de 2025, um sargento da Polícia Militar de Pernambuco foi detido sob suspeita de cometer estupro contra uma mulher de 48 anos em um posto do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), situado na rodovia PE-60, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. O crime teria ocorrido em 10 de outubro de 2025, durante uma abordagem policial.

Detalhes do Incidente

• Contexto do Crime:A vítima, que dirigia acompanhada de suas duas filhas e uma amiga rumo à Praia de Gaibu, foi abordada por três policiais militares em uma suposta blitz na PE-60. Um dos agentes informou que o veículo seria apreendido devido a uma irregularidade no licenciamento. Após entregar os documentos, a mulher foi conduzida ao interior do posto, sob a justificativa de buscar água. No alojamento, o sargento suspeito a coagiu a realizar atos sexuais, mesmo com sua resistência. Os outros dois policiais presentes no local não intervieram.

• Denúncia e Reconhecimento:No dia seguinte, 11 de outubro, a vítima formalizou a denúncia na 14ª Delegacia da Mulher, no Cabo de Santo Agostinho, identificando o suspeito por meio de fotos. A Polícia Militar foi oficialmente notificada em 13 de outubro. Um reconhecimento presencial estava marcado para 14 de outubro na Delegacia Policial Judiciária Militar, mas o suspeito apresentou um atestado médico, citando dores na coluna, e não compareceu.

• Investigações e Medidas:A Polícia Civil, a Polícia Militar e a Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) abriram inquéritos para investigar o caso. Os três policiais de plantão foram afastados de atividades operacionais e realocados para funções administrativas, sem uso de armas ou fardas. Exames periciais foram realizados no local, que não conta com câmeras de segurança, e nas vestimentas do suspeito. A advogada da vítima, Maria Júlia Leonel, denunciou o caso como um exemplo de "violência institucional" e cobrou identificação completa dos envolvidos.

  
  

Resposta das Autoridades

• Polícia Militar de Pernambuco (PMPE):A corporação emitiu nota condenando o ato e prometeu rigor na apuração, destacando que o suspeito pode ser expulso se condenado. O comandante-geral, coronel Ivanildo Torres, reforçou o compromisso com a conduta ética.

• Secretaria de Defesa Social (SDS):O secretário Alessandro Carvalho confirmou o afastamento dos policiais e a seriedade das investigações, repudiando qualquer violência contra mulheres.

• Sociedade Civil e Ministério Público:Organizações como o Gajop exigiram transparência e cobraram posicionamento da governadora Raquel Lyra. O Ministério Público de Pernambuco acompanha o caso para garantir isenção.

• Defesa do Suspeito:O advogado do sargento alegou que ele sofreu um acidente de moto, justificando o atestado médico por lesão na coluna.

  
  

Repercussão e Desdobramentos

O caso gerou indignação na imprensa e na sociedade, levando à adoção de câmeras corporais no BPRv para evitar novos incidentes. A vítima recebe suporte psicológico e jurídico, enquanto as investigações seguem em curso. Novas informações podem surgir com o avanço do inquérito.